Bancária do Itaú em tratamento contra câncer é reintegrada
Acionada pelo Jurídico do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Justiça do Trabalho determinou, a reintegração de uma bancária do Itaú desligada por duas vezes pelo banco, mesmo estando em tratamento contra um câncer de mama. A bancária descobriu a doença em abril de 2021, e mesmo tendo comunicado ao banco, foi demitida por seu gestor em maio do mesmo ano. Ela procurou o Sindicato, que primeiro tentou reverter o desligamento sem precisar acionar a Justiça, mas a resposta do banco foi negativa. Diante disso, o Sindicato, por meio de seu departamento jurídico, conseguiu uma liminar que determinava sua reintegração imediata, poucos dias após sua primeira demissão.
A juíza que assinou a liminar determinou sua reintegração com base na Súmula 443 do Tribunal Superior do Trabalho, que considera como dispensa discriminatória o desligamento de trabalhadores em tratamento para algumas doenças como câncer, que era o caso da bancária.
“Parece perseguição, alguns gestores deveriam fazer gestão de pessoas e processos e não o fazem, focam apenas em resultado, não há empatia. Quando optam por fazer um desligamento, parecem não medir consequências para concretizá-lo. O Itaú teve de reintegrar a bancária após aquela primeira decisão judicial, em 2021. Mas há poucas semanas fomos surpreendidos com um novo desligamento. O banco demitiu diversos trabalhadores que tinham conseguido liminar por conta da pandemia de covid-19, e no meio desses desligamentos veio a da trabalhadora em questão. Nós procuramos a área de Relações Sindicais do banco e alertamos para o fato de a liminar da bancária não ter a mesma natureza das demais, já que o caso dela foi determinado pelo tratamento contra o câncer, que ela ainda está fazendo. No dia do segundo desligamento, a bancária, surpresa, ainda tentou avisar que estavam cometendo um erro, o gestor que estava em período de férias, voltou e ligou para fazerem o desligamento. Novamente contatamos o Itaú e diante da demora em elucidar a questão, não nos restou outra opção. Foi aí que fizemos protestos nas duas agências, situadas na Zona Norte, onde ela tinha trabalhado e apelamos novamente para a Justiça, que voltou a determinar, nesta quinta 9, a reintegração da funcionária em até 48 horas”, relata Márcia Basqueira, dirigente do Sindicato que atuou no caso.
O Sindicato fechou as agências com um claro recado ao banco: de que as unidades permaneceriam fechadas até que a trabalhadora fosse readmitida. “Fizemos o protesto e durante o processo de negociação, apontamos todos os fatores para o cumprimento da decisão em primeira instância. Foi então que nos comunicaram que iriam reintegrar a bancária. Mas paralelamente procuramos de novo a Justiça do Trabalho e fomos mais uma vez vitoriosos com essa nova determinação judicial em favor da trabalhadora. Fica a pergunta: por que fazer uma bancária passar por tal situação em um momento de saúde fragilizada?”, questiona a dirigente.
Segundo Márcia, o caso é mais um exemplo de como o movimento sindical atua em favor da categoria bancária. “A trabalhadora agiu de forma correta ao nos procurar e relatar o ocorrido, tanto em 2021 como agora, em setembro deste ano. Por isso orientamos todos os bancários e bancárias e nos procurarem sempre que o banco estiver desrespeitando direitos previstos na lei ou na nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Juntos somos mais fortes”, destaca.
Fonte: SPbancários