Na comparação entre a renda e os gastos em casa, 34,2% dos afirmam que o orçamento está mais curto e gastam mais do que ganham.
A saúde financeira dos brasileiros caiu 1,2 ponto na média geral em um ano, que passou de 57,2 em 2020 para 56,0, em 2022, aponta o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB) da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com apoio do Banco Central (BC) divulgado nesta segunda-feira (7/11).
A segunda rodada da pesquisa foi realizada entre janeiro e março deste ano e considerou uma amostra de 4.796 pessoas, de 5 regiões do país, com idade superior a 18 anos. Todos bancarizados.
O índice é medido a partir de um questionário que permite calcular uma pontuação que vai de 0 a 100, em uma classificação entre “ruim” e “ótima”.
De acordo com a pesquisa, grupos e regiões específicas foram fortemente impactadas pelo rescaldo da pandemia, fim do Auxílio Emergencial, alta da inflação e recuperação desigual da economia.
Quando perguntados sobre a frase que melhor descreve a comparação entre a renda total e os gastos na sua casa, 34,2% dos respondentes afirmam que o orçamento está mais curto e gastam mais do que ganham, um aumento 5,1 pontos porcentuais em relação a 2020.
Para 31% sobra dinheiro no fim do mês com alguma regularidade (3,9 pontos percentuais menos em relação a 2020). Para a maioria dos brasileiros (48,6%), porém, existe algum nível de aperto financeiro (aumento de 1,8 pontos percentuais em relação a 2020). Somente 19,8% dariam conta de uma despesa grande e inesperada (2 pontos percentuais menos em relação a 2020).
A pesquisa também observou aumento do uso de serviços de crédito. Em 2020, cerca de 60% das pessoas usavam produtos de crédito sem finalidade específica. Em 2022, esse patamar subiu para 62,5%.
Futuro
Os resultados dos questionários aplicados também revelam que o brasileiro continua inseguro com relação ao futuro. Quando questionados sobre as preocupações com as despesas e compromissos financeiros, para 56,4% dos respondentes as finanças são motivo de estresse na família (redução de 1.9 pontos percentuais em relação a 2020), e para 66,6% a maneira como cuidam das finanças não os permite aproveitar a vida.
Outros 39,4% disseram não ter segurança sobre o seu futuro financeiro (aumento de 3,3 pontos percentuais em relação a 2020). Quando perguntados “há quanto tempo as preocupações com as despesas e compromissos financeiros são motivo de estresse”, entre os que responderam “Mais ou Menos”, “Muito” ou “Totalmente”, 71% afirmaram que essa situação perdura há mais de 1 ano (em 2020, esse indicador estava em 53%).
“Apesar de o patamar de pessoas em situação de estresse financeiro seguir o mesmo do resultado de 2020 – 3 em cada 10 pessoas -, o contingente é grande para quem o estresse financeiro se estende há mais de 1 ano.
Amaury Oliva, diretor de Sustentabilidade, Cidadania Financeira, Relações com o Consumidor e Autorregulação da Febraban, o retrato da saúde financeira dos brasileiros em 2022 não traz mudanças significativas em cada uma das faixas, quando comparado ao de 2020.
“Os resultados do ISFB em 2022 confirmam a manutenção de concentração da população nas faixas ‘baixa’, ‘muito baixa’ e ‘ruim’, representada por 52,3% da população, contra 48,3% da população em 2020. Mas o resultado atual mostra um recuo nas faixas ‘boa’, ‘muito boa’ e ‘ótima’, que passou de 41,6% da população em 2020 para 39,2% em 2022, assim como na faixa “’ok’, que também passou de 10,1% para 8,1% da população”, ressalta.
Fonte: Metrópoles