Balanço do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, administrado pela Caixa, chega a R$ 570 bilhões, após resultado líquido de R$ 8,5 bilhões em 2020. Empréstimos e investimentos rentabilizam recursos do trabalhador (Por Fernanda Fernandes)
Pela primeira vez desde 2015, a Caixa Econômica Federal retirou do balanço do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) as ressalvas realizadas por empresas independentes de auditoria sobre o valor de mercado de alguns ativos do FGTS, especialmente do Fundo de Investimentos-Fi-FGTS. A transparência e disponibilidade em desenhar cenários foi essencial para o resultado, de acordo com informações da instituição financeira, operadora do fundo mantido pelos trabalhadores brasileiros.
“Desde 2019, a Caixa segue as normas brasileiras de contabilidade. Todos os investimentos do FGTS são explicados na demonstração do FGTS e, tudo o que consta na demonstração financeira, se reflete na demonstração do Fundo de Garantia. Graças às melhorias implementadas ao longo dos anos e devido à transparência, a Caixa conseguiu, este ano, deixar as empresas confortáveis ao ponto de não colocarem ressalvas”, informou o banco, em nota enviada ao Correio.
As demonstrações financeiras de 2020 foram aprovadas em 29 de junho pelo Conselho Curador do FGTS. Segundo a instituição, o Fundo de Garantia registra cerca de 83 milhões de trabalhadores e um saldo na conta ativa de mais de R$ 570 bilhões. Em 2020, o resultado líquido foi de R$ 8,5 bilhões. Foram arrecadados R$ 127,3 bilhões pelas contribuições mensais dos empregadores em favor dos trabalhadores, e sacados R$ 166,1 bilhões, especialmente nas modalidades saque moradia, aposentadoria, saques aniversário, auxílio emergencial e outras previstas na Lei 8.036/90.
Investimentos
Apesar do déficit entre contribuições e saques, especialmente em razão da pandemia de covid, a instituição fechou o último balanço com saldo positivo de R$ 113 bilhões, resultante de empréstimos e investimentos. “Além da arrecadação pelas contribuições dos empregadores, 70% do saldo ativo é de operações de crédito como empréstimos para instituições financeiras e habitação; 20% é de aplicações em títulos públicos e operações compromissadas que rendem lucro de juros, e o restante de outros fundos de investimentos e operações de mercado que o FGTS faz e que resultam em rendimentos e geram receita”, detalhou a assessoria da Caixa.
Todo trabalhador com saldo no FGTS é um investidor. A Caixa é responsável por gerir esses recursos e busca rentabilizar o montante, a fim de investir em setores e benefícios para a população. O retorno ao cidadão ocorre por meio de depósito de crédito de juros e atualização monetária, além de distribuição de resultados. A última distribuição de resultado foi de R$ 8,5 bilhões. Até 2016, o valor dos rendimentos era mantido no FGTS. A partir daquele ano, o Conselho Curador distribui e credita para os trabalhadores uma parte desse resultado. Uma vez incorporado ao saldo de cada trabalhador, ele pode efetuar o saque, conforme as regras estabelecidas na legislação.
Fonte: Correio Braziliense