O Itaú rompeu compromisso feito com o movimento sindical e passou a demitir bancários em plena pandemia do coronavírus. As demissões sendo feitas por um banco que lucrou R$ 28,4 bilhões em 2019 e R$ 8 bilhões somente no primeiro semestre de 2020.
Para justificar o descumprimento do acordo feito com o Sindicato de não demitir durante o período de duração da pandemia do novo coronavírus, o banco alegou que está mandando embora funcionários com baixa performance. Mas até isso é questionável, como afirma um trabalhador da mesa correntista da área de veículos.
“Eu tinha performance ótima e um excelente relacionamento, e fui desligado alegando comportamento e não possuir mais o perfil do banco. O coordenador que realizou nossos desligamentos é campeão de reclamações de conduta e postura na área e o que mais realiza demissões”, relata o trabalhador
O trabalhador conta que era referência do próprio gerente da área, que o elogiou em agosto de 2020. Ele diz que o seu gestor recebia os elogios e nunca se manifestava agradecendo seu trabalho. “E sim tentava achar alguma coisa para me demitir. E, por fim, me colocou no lote. Só não entendi o gerente autorizar, sendo que me parabenizou no mês anterior. Nunca tive nada que fosse ocasionar meu desligamento”, diz o trabalhador.
Descaso, despreparo e desumanidade
“Essa demissão evidencia dois problemas graves no Itaú: o descaso da direção do banco, que não se importa em mandar para a rua centenas trabalhadores em meio a uma crise gravíssima que mantém 13 milhões de pessoas desempregadas, mas que não deixou o banco sequer perto de ter prejuízo – pelo contrário, continua obtendo lucros astronômicos –; e também dos gestores do banco, que perseguem até trabalhadores que atingem boas performances, e que demitem através de aplicativos de reunião virtual, mostrando total despreparo e desumanidade da área de RH”, protesta Valeska Pincovai, dirigente sindical e bancária do Itaú.
Nesta sexta-feira 2, às 11h, será realizado nova mobilização virtual nas redes sociais para expor a atitude do Itaú em romper compromisso feito como sindicato de não demitir durante a pandemia. Publique nas redes a hashtag #ItauNaoDemitaMeusPais
“É importante que o maior número de pessoas participem destas mobilizações virtuais, porque os bancos são extremamente sensíveis com a própria imagem, e temos de expor para a sociedade a conduta desumana destas instituições financeiras que seguem lucrando bilhões em meio à crise causada pelo coronavírus, mas que não se importam em demitir trabalhadores em um momento tão delicado pelo qual o país está passando”, convoca Valeska Pincovai.
Fonte: Seeb/SP