Pedro Guimarães teria ameaçado bancos privados de perder negócios com governo se entidades aderissem a manifesto; procurador diz ver indícios de improbidade.
A Procuradoria da República no Distrito Federal investiga se o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, usou seu cargo para pressionar a Fiesp e a Febraban a desistirem de divulgar um manifesto sobre a crise política do país, informa o Estadão.
A medida foi determinada no último dia 2 pelo procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, que disse ver indícios de improbidade administrativa e crime de ameaça por parte de Guimarães.
Para o procurador, a alegada conduta do presidente da Caixa aponta para a “politização da instituição financeira, afetando a governança e a credibilidade de sua atuação”.
Cordeiro Lopes também enviou ofícios pedindo informações, em até dez dias, a Paulo Skaf, da Fiesp, Isaac Sidney, da Febraban, e à própria Caixa. Também solicitou ao Banco do Brasil que informe se agiu para “coibir o uso politico das instituições financeiras federais”.
Segundo reportagem de O Globo reproduzida por O Antagonista, Guimarães ameaçou bancos privados de perder negócios com o governo caso aderissem ao manifesto que tornava pública a preocupação do mercado financeiro com a crise institucional às vésperas do Sete de Setembro.
Na época, Caixa e BB também ameaçaram sair da Febraban, alegando que o manifesto era um ataque político ao governo de Jair Bolsonaro.
Procurado pelo Estadão, o presidente da Caixa informou, por meio da assessoria do banco, que não vai se manifestar sobre o caso.
Fonte: O Antagonista
Edição: Diógenes Neto - Sindicato dos Bancários de Mossoró e Região