Diante da eleição de um governo extremamente privatista, a defesa do banco público e sua função social é o único caminho que a conjuntura reserva aos trabalhadores da Caixa.
Encerradas as eleições, a conjuntura posta para 2019 é clara: teremos um governo federal ainda mais privatista, o qual terá como ministro da Fazenda o economista ultra liberal Paulo Guedes, que já declarou que pretende privatizar todas as estatais. No primeiro ano de mandato, Guedes já declarou que o objetivo é vender 50 estatais.
Nesse contexto, não resta outro caminho para os empregados da Caixa que não intensificar ainda mais a defesa da Caixa 100% Pública, assim como as funções sociais exercidas pelo banco e o seu papel fundamental para o desenvolvimento do país e sua retomada econômica.
“Desde 2016, após o golpe que levou ao poder Temer e, junto com ele, o projeto privatista derrotado nas urnas em 2014, a Caixa está sob intenso ataque. O corte no quadro de empregados, com o programa de demissão voluntária, levou ao aumento da sobrecarga, do assédio. Também tivemos fechamento de agências e redução do crédito à população, evidenciando que a Caixa tem deixado paulatinamente de exercer sua função social. E, além disso, enfrentamos as tentativas de transformar o banco em S/A, derrotadas pela nossa mobilização”, diz o diretor do Sindicato, Fenae e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.
“Com a eleição de um governo ainda mais privatista, a perspectiva é de que os ataques serão intensificados. Porém, os empregados da Caixa possuem história de luta e resistência. O último dia 30 marcou os 33 anos da greve de 1985, primeira paralisação na empresa. Greve histórica de 24 horas, com adesão de 100% em agências e unidades. É preciso que honremos essa trajetória e escrevamos nossos nomes na história como parte da resistência em defesa da Caixa 100% pública, sua função social, nossos direitos e empregos”, acrescenta.
O diretor do Sindicato lembra que a Caixa já enfrenta ameaças de privatização parcial das suas funções. “Já privatizaram parte da gestão com a mudança do estatuto feita em setembro, permitindo que diretorias da área de controle (Jurídica, Auditoria e Corregedoria) sejam ocupadas por não concursados. As funções da Caixa também estão sendo preparadas para a privatização. A Lotex é o provável primeiro alvo. Empresas estão sendo contratadas para gerir parte das funções do banco público.”
Não faz sentido privatizar a Caixa
Para ampliar a luta em defesa da Caixa 100% pública e sua importante função social, dando um claro recado ao governo eleito, a Fenae lançou a campanha “Não faz sentido privatizar a Caixa”.
Os empregados podem participar enviando vídeos ou depoimentos escritos sobre a importância do banco para o Brasil e os motivos pelos quais ele não pode ser privatizado ou enfraquecido. Para isso, basta acessar o site www.naotemsentido.com.br.
“Não tem sentido privatizar a Caixa, instituição fundamental e estratégica para o país. É necessário que os empregados abracem a campanha para que o nosso recado chegue muito forte ao novo governo. Nós resistiremos”, conclui Dionísio.