Em nota, Instituto alegou que segue padrões internacionais e que está aberto a sugestões; presidente havia dito que números divulgados são enganosos
O IBGE ainda afirmou que mantém um diálogo permanente com a sociedade brasileira para aprimorar suas pesquisas
Após Jair Bolsonaro (PSL) declarar que a metodologia utilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para calcular a taxa de desemprego no Brasil é “feita para enganar a população” , o Instituto publicou uma nota para rebater o presidente e explicar como é feito o cálculo da estimativa.
Segundo o IBGE , a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua avalia as condições do mercado de trabalho do País a partir de uma amostra com mais de 210 mil residências, distribuídas por cerca de 3.500 municípios. Esses domicílios são visitados a cada três meses por cerca de 2 mil agentes do Instituto.
A metodologia adotada, ainda de acordo com o IBGE, segue as recomendações de organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para garantir a possibilidade de comparação com outros países e promover “a coerência e a eficiência dos sistemas de estatística em todos os níveis oficiais”.
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Ao final, o Instituto alegou que mantém um diálogo permanente com a sociedade brasileira para aprimorar suas pesquisas – quanto ao desemprego ou outros aspectos socioeconômicos – e se disse aberto a sugestões. O IBGE também se colocou à disposição do governo e dos cidadãos para esclarecer quaisquer dúvidas sobre as metodologias adotadas em seus levantamentos.
Confira a nota do IBGE na íntegra:
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE investiga as condições do mercado de trabalho do país a partir de uma amostra com mais de 210 mil domicílios, distribuídos por cerca de 3.500 municípios. Esta amostra é visitada, a cada trimestre, por cerca de 2 mil agentes de pesquisa. A PNAD Contínua levanta informações sobre os trabalhadores do país, inclusive aqueles sem vínculo de trabalho formal.
A metodologia adotada segue as recomendações dos organismos internacionais, em especial a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o intuito de garantir a comparabilidade com outros países. A utilização de conceitos, classificações e métodos internacionais pelos órgãos de estatística de cada país promove a coerência e a eficiência dos sistemas de estatística em todos os níveis oficiais, conforme preconizam os Princípios Fundamentais das Estatísticas Oficiais.
A PNAD Contínua monitora o número de pessoas desocupadas no país, isto é, aquelas que não têm emprego e estão em busca de uma ocupação: em fevereiro deste ano, o Brasil tinha 13,1 milhões de pessoas nessa condição. Além disso, também são investigadas as diversas formas de subutilização da força de trabalho, um universo com quase 28 milhões de pessoas em diferentes situações precárias, incluindo os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e, ainda, aqueles que necessitam e gostariam de poder buscar um emprego, mas não conseguem, por terem que cuidar de crianças ou de pessoas idosas, por exemplo. Sem mencionar os chamados desalentados, aqueles que desistiram de buscar uma ocupação. Em fevereiro último, o país tinha 4,9 milhões de pessoas nessa condição.
Os beneficiários do Bolsa Família são retratados especificamente por uma edição anual da PNAD Contínua, que investiga os rendimentos provenientes de todas as fontes. Em 2017, este universo abrangia cerca de 9,5 milhões de domicílios do país. Os beneficiários que vivem nestes domicílios podem encontrar-se em diferentes condições, em relação ao mercado de trabalho: desempregados, trabalhando apenas para consumo próprio, fora da força de trabalho e outros, ainda, desalentados.
O IBGE mantém um diálogo permanente com os diversos segmentos da sociedade brasileira na busca de um aprimoramento de suas pesquisas. O Instituto está aberto a sugestões e se coloca à disposição do governo e dos cidadãos para esclarecimentos a respeito do seu trabalho.
Fonte: IG