Depois de quase seis décadas, a ditadura civil-militar sofre mais uma derrota e a Justiça é feita. O bancário Osmar Pereira Ferreira, que trabalhava no Banco da Bahia, foi finalmente readmitido. Co-fundador e ex-diretor do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, ele foi preso e torturado por 12 dias por ter relação com a Juventude do Partido Comunista Brasileiro e ser dirigente sindical.
Ao ser libertado, Osmar Ferreira, 80 anos, que hoje é advogado, foi demitido pelo banco, em 8 de abril de 1964, dentro da própria agência. À época trabalhava como chefe do setor de cobrança do Banco da Bahia, incorporado ao Bradesco em 1973. Mas, o ex-bancário possuía estabilidade sindical e não poderia ser desligado, pois foi eleito suplente do presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Feira de Santana, em 1963.
“Os bancos fecharam por algum tempo após o golpe militar. Quando voltei a trabalhar, no começo de abril, um sargento do Exército foi à agência onde eu trabalhava. Fui chamado na sala da gerência e lá fui preso. Fiquei 12 dias detido e sofri muitas torturas físicas, mas principalmente psicológicas”, contou.
Ferreira ainda destacou que o fato de ter lutado pela estatização de alguns setores da economia, inclusive do setor bancário, influenciou na prisão dele. “Todo poder econômico era ligado à ditadura”, afirmou. Também parabenizou o sindicato pelo apoio após a reintegração, por lutar com ele.
“É uma vitória para o nosso sindicato e uma grande história de luta. Um sindicalista que foi torturado pelo regime militar e passou estes anos em busca da sua reintegração. É um sinal claro que a democracia e a paz vencem sempre, e que não toleraremos mais nenhuma espécie de golpe. Estamos trabalhando cada vez mais na garantia dos direitos da categoria, estamos fortes na luta”, disse o presidente do Sindicato de Feira de Santana, Eritan Machado. Informações dos Bancários Bahia.
Fonte: CTB