Reunidos virtualmente, através da plataforma Zoom, os 74 delegados que participaram do XXVII Congresso Nacional dos Funcionários do BNB, realizado nos dias 6 e 7/8, definiram como prioridades a defesa do BNB e do FNE, ameaçados pela medida provisória (MP) 1052.
A abertura aconteceu na sexta-feira, 6/8, conjuntamente com a abertura dos congressos de outros bancos públicos (BB, CEF, Basa e BNDES), através de uma live realizada pela Contraf-CUT e transmitida pelas redes sociais da entidade. Na ocasião, o coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), Tomaz de Aquino, fez uma saudação ressaltando o importante papel do BNB para a região Nordeste e destacando a luta contra a MP 1052, que muda a gestão dos fundos constitucionais, praticamente inviabilizando a atuação do Banco para o desenvolvimento da região. “O risco é a população ficar em uma situação difícil com o esforço do governo Bolsonaro em privatizar os bancos públicos. É um governo privatista que busca fazer caixa com a venda de estatais. Neste momento esse congresso precisa unir todos os bancários da rede pública e da rede privada para combater o governo Bolsonaro”.
Em seguida, o deputado José Carlos (PT/MA) falou sobre a atual conjuntura política e econômica do Brasil, abordou o negacionismo do governo que agravou ainda mais as consequências da pandemia e destacou também os malefícios da MP 1052 para o desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
No sábado, 7/8, a deputada federal Érika Kokay (PT/DF) fez uma análise de conjuntura abordando, principalmente, os ataques às empresas públicas. “O BNB e demais bancos públicos têm compromisso com o país e estão sendo atacados. Bancos privados não trabalham com crédito de risco e não tem interesse em financiar políticas públicas como os bancos públicos fazem. O governo diz que não vai privatizar os bancos públicos, mas dá um jeito de enfraquecer a atuação dessas empresas para dar espaço à iniciativa privada e isso mina a atuação dessas empresas que atuam diretamente na redução das desigualdades. Precisamos resistir”, disse a deputada.
Em seguida, ex-deputado federal cearense, Firmo Fernandes de Castro, falou sobre os impactos da MP 1052 sobre o BNB e a economia regional. Ele participou da Assembleia Nacional Constituinte que criou os fundos constitucionais, em 1988. Firmo fez uma retrospectiva sobre a criação dos fundos e criticou a MP 1052. “Essa MP é uma ofensa ao BNB, ao Basa e ao desenvolvimento regional. É fundamental derrotarmos essa medida sob pena de esse ser o começo do fim”, disse.
Por fim, a economista do Dieese, Vivian Machado, fez uma análise sobre o balanço do BNB, abordando a concessão de crédito e o emprego bancário. Ela também criticou a MP 1052 que pode minar a atuação do Banco na região.
Moções – Ao final, os congressistas aprovaram duas moções: de repúdio ao governo federal e à MP 1052 e em defesa do BNB.
PRINCIPAIS RESOLUÇÕES E ENCAMINHAMENTOS
– Luta contra a MP 1052/21
– Realizar audiências públicas em defesa do BNB e contra a MP 1052;
-Realização de seminário sobre teletrabalho no pós-pandemia;
– Fora Bolsonaro;
– Vacina para todos;
– Contra a política econômica de Guedes e Bolsonaro;
– Contra o desmonte das estatais;
– Defesa do emprego;
– Defesa da saúde;
– Mais segurança;
– Contra as metas abusivas e os descomissionamentos arbitrários;
– Defesa da Camed e Capef;
– Reconhecimento da Covid como doença ocupacional;
– Defesa do AgroAmigo e CrediAmigo dentro do BNB;
– Isonomia de tratamento do programa Promova-se;
– Dia de luta em defesa do BNB;
– Plano de mobilização com participação dos delegados sindicais.
Fonte: SEEB/CE