A reunião, que teve como finalidade debater as mudanças que afetam a categoria e as relações de trabalho implementadas pelo banco nos últimos anos, foi conduzida pelo representante do COE/CONTEC Eduardo Israel.
Os representantes do Itaú , Romualdo Garbo, Marina Madeira , Gustavo Barbosa e Daniel Pastore, abordaram como a concorrência das fintechs e open banking no sistema financeiro tem trazido uma série de desafios para o banco. Eles defenderam que as mudanças estão sendo necessárias para a sobrevivência das instituições.
Foi apresentado durante a reunião, a nova estrutura do Banco, por meio do Projeto Itaú 2030, hoje implementado em 43% das agências, com a previsão de implementação de 100% da rede até dezembro deste ano. O Projeto tem como objetivo, a descentralização e a multifuncionalidade . Nesse novo formato, todos os funcionários do banco estarão aptos para efetuarem negócios. Os funcionários que atuam como caixa atuarão também no departamento comercial. O Gerente Geral será responsável por toda a agência, inclusive pela área administrativa, anteriormente gerenciada pelo Gerente Operacional. O cargo de caixa deixará de existir, sendo substituído por Agente de Negócios Caixas e o cargo Gerente Operacional será extinto.
Também foi apresentado pelos representantes dos bancos o piloto das Unidades de Negócios, que hoje contam com agências em São Paulo e Rio de Janeiro e que futuramente será expandida por todo o país. Nessas agências não há numerário, elas servem apenas para a execução de negócios.
Os representantes do COE/CONTEC apresentaram ao Banco as preocupações que essas mudanças têm trazido aos bancários do Itaú, como o desemprego por conta da extinção de cargos, a exemplo, o de Gerente Operacional; a obrigatoriedade da certificação CPA 10 pelos caixas, que traz a preocupação com relação ao prazo para a certificação e a punição para quem não conseguir de imediato se certificar; a sobrecarga de trabalho com o acúmulo de função para quem precisa atuar nos caixas e vender produtos; além das metas abusivas e do assédio moral , agravado após a implementação do programa GERA , que tem adoecido cada vez mais os bancários. Esse programa tem sido usado como justificativa para demissões, para quem não consegue entregar os objetivos estipulados pelo banco.
Os representantes dos trabalhadores também falaram sobre o banco de horas negativas, o retorno ao trabalho presencial e a homologação sem a presença da entidade sindical, que tem trazido prejuízos aos trabalhadores.
Com relação às demissões, o banco informou que o quadro de funcionários em janeiro de 2020 era inferior ao quadro atual, que o banco tem feito contratações Informou ainda que os colaboradores com o Cargo de Gerente Operacional serão realocados em outra função, que a cultura de segregação do comercial e operacional não atende mais o atual cliente bancário e que os funcionários precisarão se adequar para acompanhar a evolução do sistema financeiro.
Com relação a sobrecarga dos caixas, os representantes do banco informaram que esse não é o escopo do projeto e que levará ao banco as informações levantadas durante a reunião, de que muitos funcionários têm relatado que há sim sobrecarga e cobrança excessiva. Sobre a certificação CPA 10, os representantes do banco informaram que será feito um cronograma respeitando a individualidade de cada um.
Sobre o banco de horas negativas, o banco informou que em junho de 2021, houve uma redução de 34%. A redução se deu pelo banco ter cumprido com a palavra de possibilitar que todos os funcionários que estão em casa realizassem trabalhos em home office para que não fossem prejudicados.
Os representantes do banco se comprometeram em levar a diretoria executiva todas as pautas de reivindicações levantadas pelo COE/CONTEC durante a reunião e, posteriormente, agendar nova reunião com a Comissão de Organização dos Empregados para a resposta às pautas levantadas .
Fonte: Feeb SC