Segundo o Dieese, inflação menor e capacidade de mobilização influenciaram nos acordos.
A redução temporária do ritmo inflacionário foi positiva para as campanhas salariais encerradas em setembro, embora o quadro no ano ainda seja de perdas. O Dieese destaca o poder de mobilização de categorias com data-base naquele mês – o que inclui bancários, metalúrgicos e petroleiros.
Segundo o instituto, quase 40% (39,6%) de 450 negociações analisadas tiveram reajustes acima da inflação, medida pelo INPC-IBGE. Outras 38% fecharam com índice equivalente a 22,4% terminaram com aumento abaixo do índice. O reajuste necessário para repor perdas era de 8,83%.
“Com 77,6% dos reajustes iguais ou superiores ao INPC-IBGE, os resultados são os
melhores das últimas 15 datas-bases”, afirma o Dieese. “Refletem o impacto da queda dos preços (deflação) ocorrida nos últimos três meses e o efeito das negociações de categorias com maior poder de negociação.” A variação real média , em setembro, foi de 0,13%, o primeiro resultado positivo em dois anos.
No ano, 42% abaixo da inflação
Mas no acumulado do ano apenas 21,6% de um total de 15.028 convenções e acordos coletivos resultaram em ganho real. Foram 36,5% com índice equivalente ao do INPC e 41,9% abaixo da inflação. A variação média é de -0,79%.
De acordo com o levantamento, campanhas salariais que chegaram a reajustes iguais ou acima do INPC foram mais frequentes no comércio (71%), seguido da indústria (68%). O setor industrial tem o maior percentual de acordos com ganho real: 27,6%. Já nos serviços, pouco mais da metade (51%) ficou aquém da inflação.
Ainda no acumulado do ano, o valor médio dos pisos salariais é de R$ 1.537,69 – 26,87% acima do salário mínimo oficial (R$ 1.212). Varia de R$ 1.468 (no setor rural) a R$ 1.563,74 (serviços).
Fonte: Rede Brasil Atual