Representantes da categoria exigem que todos os segmentos tenham os mesmos direitos e vantagens trabalhistas no ramo financeiro
O fim da discriminação de pessoas LGBTQIA+ no setor bancário e as formas de sua plena integração no ambiente profissional foram defendidos pelos representantes da categoria na mais recente rodada de negociação da Campanha 2022, em reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada na quarta-feira (6).
O assunto foi tratado na mesa de negociações sobre Igualdade de Oportunidades, quando o Comando Nacional dos Bancários apresentou as demandas da categoria para eliminar desigualdades no local de trabalho, em busca da equidade em todos os segmentos.
Nenhuma discriminação
A categoria cobrou que seja reafirmado pelas empresas o compromisso de não discriminação, de respeito e da promoção de não discriminação por raça, cor, gênero, idade, condições físicas ou orientação sexual, com o objetivo de formar no setor bancário um ambiente completamente livre de intolerância e preconceito.
Nesse sentido, os bancos deverão promover, como valor organizacional, a cultura de igualdade de oportunidades no processo seletivo de novos trabalhadores e trabalhadoras, no preenchimento de cargos e em programas de integração ou capacitação para promoções. Denúncias de casos que não estejam em conformidade com o acordo deverão ser apurados em mesa bipartite, composta por sindicato e empresa.
A proposta do Comando também inclui, ao bancário e à bancária, o direito de manifestação de sua identidade visual, o respeito a suas características físicas e a garantia à expressão de personalidade e manifestação cultural ou religiosa.
Cônjuges homoafetivos
Outro ponto prioritário é a isonomia de direitos ao cônjuge homoafetivo, em relacionamento efetivado por união civil. Nesses casos, deverão ser consideradas todas as vantagens legais, convencionais ou contratuais nas mesmas condições estabelecidas a todos os trabalhadores bancários.
Para Adilson Barros, da direção executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), “é importante firmar compromisso em torno das pessoas LGBTQIA+. Estamos em todas as profissões, principalmente no ramo financeiro. Agora, para valorizar, é necessário realizar campanha de não discriminação e dar prioridade nas contrações no setor”.
Adilson, que também é militante pelos direitos da população LGBTQIA+, ressalta que o direito às manifestações pessoais também deve ser preservado. “Não podemos mais não ter visibilidade dos trabalhadores e trabalhadoras LGBTQIA+ nos locais de trabalho. Só assim teremos maiores avanços e reconhecimento, num mundo do trabalho inclusivo e sem preconceito”, conclui.
Fonte: Contraf