Ocorreu nesta quarta-feira 12, de forma virtual, a segunda mesa de negociação específica da Caixa no âmbito da Campanha Nacional dos Bancários 2020. Neste encontro, a CEE/Caixa debateu com os representantes do banco questões relacionadas com Saúde e Segurança. O principal foco do debate foi a cobrança, pela CEE/Caixa, para que o banco intensifique e priorize as medidas de proteção para a saúde dos empregados em meio à pandemia de coronavírus.
“Saúde é uma questão prioritária para os empregados da Caixa, ainda mais nesse momento de pandemia, no qual, ao contrário do governo federal e da direção do banco, estão dando um verdadeiro exemplo de compromisso com a sociedade. Inicialmente, os protocolos discutidos entre a representação dos empregados e a Caixa tornaram-se referência na categoria bancária, mas com o passar do tempo foram abrandados de forma unilateral pela direção do banco”, diz o membro da CEE/Caixa, Dionísio Reis.
“Precisamos avançar e adequar os protocolos ao momento da pandemia, garantindo proteção aos trabalhadores. São exemplos de ‘flexibilização’ dos protocolos a higienização das unidades com suspeita ou confirmação de covid-19, que por vezes tem se resumido a passar um pano com álcool, com o local em funcionamento; a extrapolação de jornada e a cobrança de metas, que não deveriam ocorrer durante a pandemia. É preciso que a saúde dos empregados seja priorizada, uma vez que a mesma tem sido deixada de lado para que metas sejam atingidas. Porém, infelizmente, a Caixa não se comprometeu com as pautas apresentadas e deu poucas respostas.Esperamos que, antes da próxima mesa de negociação, a Caixa responda às nossas reivindicações”, acrescenta Dionísio Reis.
“É dever da Caixa garantir condições de trabalho adequadas para os empregados que atuam presencialmente e em home office. A Caixa tenta criar uma falsa contradição, dizendo que não pode ampliar a prevenção porque isso tiraria empregados das unidades. A afirmação não se sustenta, pois as áreas-meio não necessitam, neste momento, do trabalho presencial para atender às necessidades da empresa. Nas agências, o problema também não é a prevenção, e sim as metas. Quando a Caixa cumpria o compromisso de não cobrar metas, as condições de trabalho não estavam deterioradas da forma que se estão hoje. Se o vice-presidente da empresa cobra que as unidades atinjam 200% de uma meta que nem deveria ser cobrada no momento da pandemia, já que o atendimento aos programas sociais consome boa parte da força de trabalho das unidades, é evidente que o resultado desta equação é uma exploração enorme sobre os empregados. Com o retorno da cobrança das metas, ficou evidente que a preocupação com o atendimento social ficou em segundo plano, e a preocupação com a saúde se esvaiu”, acrescenta Leonardo Quadros, diretor da Apcef-SP e suplente na Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).
Cobrança de metas e extrapolação de jornada
A CEE/Caixa enfatizou na reunião que a cobrança por metas está diretamente associada ao descomissionamento arbitrário e ao adoecimento dos trabalhadores, especialmente em questões de saúde mental. Além disso, também ressaltou que a jornada tem sido constantemente extrapolada, tanto para os empregados em trabalho presencial como para os em home office, e cobrou o controle efetivo da mesma e o retorno ao horário de atendimento reduzido nas agências.
Por sua vez, a Caixa se limitou a afirmar que se preocupa com a extensão do horário de funcionamento das agências, mas não apresentou solução.
Uso obrigatório de máscara
Os representantes da Caixa enfatizaram que o uso de máscaras é obrigatório e que processos disciplinares podem ser abertos contra empregados que não a utilizarem, seja em agências ou departamentos.
Pais de filhos em idade escolar
A CEE/Caixa cobrou uma solução para empregados que possuem filhos em idade escolar.
A Caixa informou que não tem como avaliar a demanda, uma vez que colocar os pais e mães em home office impactaria no atendimento nas agências. De acordo com o representante do banco, a decisão sobre alocar estes trabalhadores em projeto remoto ficará nas mãos do gestor de cada unidade.
Coabitantes
A CEE/Caixa também lembrou que a Caixa precisa publicar uma orientação quanto ao formato de trabalho, se presencial ou teletrabalho, para os empregados coabitantes de pessoas do grupo de risco para covid-19.
Superlotação
Também foi ressaltado pela representação dos empregados o problema da superlotação das agências, ocasionado pela demanda de atendimento e pela clara opção da direção do banco em tentar esconder as filas dentro das unidades, colocando em risco a saúde dos trabalhadores e população.
De acordo com a CEE/Caixa, as filas aumentaram e o rodízio na rede diminuiu, especialmente após o retorno da cobrança de metas.
A Caixa alega que está abrindo aos sábados para reduzir as filas durante a semana. Porém, não fala sobre a convocação para os gerentes-gerais de todas as unidades trabalharem aos sábados e assim não pagar as horas extras. Disse também que tem dificuldade em ampliar os grupos de prevenção em função da quantidade de empregados que ficaria disponível para atender presencialmente, mas não mencionou o quanto as próprias metas estão atrapalhando o atendimento.
PCMSO
A CEE/Caixa questionou ainda o fato da Caixa estar convocando os empregados em grupo de risco para realizar presencialmente o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, mesmo com os empregados possuindo laudos e exames que comprovam sua condição clínica, o que em determinados locais estaria causando filas destes empregados.
Diretrizes
Outra cobrança dos empregados foi maior clareza e uniformização das diretrizes pelas vice-presidências, além do remanejamento entre empregados das SEVs como forma de viabilizar o rodízio.
Horas-extras
Foi reivindicada ainda a revisão das orientações para a compensação de horas-extras em agências com menos de 20 empregados, que está em desacordo com a norma.
A Caixa respondeu que não há problema de orçamento de horas-extras. Ou seja, se o empregado fez hora-extra, deve receber por isso.
Terceirizados
A representação dos empregado cobrou que a Caixa assuma sua responsabilidade para com os terceirizados, que não estão sendo testados e muitas vezes não são afastados nas unidades mesmo com suspeita de contaminação.
Fóruns Regionais de Condições de Trabalho
A Caixa se comprometeu com a manutenção dos Fóruns Regionais de Condições de Trabalho.
Pais e mães de PCDs
A CEE/Caixa reivindicou para empregados pais e mães redução de jornada em duas horas para acompanhamento médico em terapias seriadas; custeio de medicamentos e insumos; ausência permitida ilimitada para acompanhamento ao médico e internação; e reembolso integral de despesas com tratamentos em clínicas multidisciplinares e/ou múltiplos profissionais para crianças autistas, que demandam terapias muito específicas para as quais o Saúde Caixa não possui profissionais de saúde credenciados, principalmente nos métodos ABA, TEACH e DENVER.
Saúde Caixa
Foi reivindicada pelos empregados a apresentação de proposta do Saúde Caixa para todos, e que seja realizada reunião específica sobre o tema.
MP 995
Os representantes dos empregados da Caixa aproveitaram a ocasião da negociação com a direção do banco para também defender a Caixa 100% Pública, gravemente ameaçada pela MP 995, editada na sexta-feira 7 pelo governo Bolsonaro, que autoriza a privatização “em pedaços” do banco público.
> Pressione deputados e senadores a não votarem a Medida Provisória 995.
> Participe da enquete da Câmara dos Deputados
Fonte: Seeb/SP
Calendário
A próxima reunião específica da Caixa, no âmbito da Campanha dos Bancários 2020, será realizada no dia 17 e terá como tema Igualdade e Cláusulas Sociais.
> Primeira negociação específica da Caixa: home office
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17/08 – Temática: Igualdade e Cláusulas Sociais
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19/08 – Temática: Cláusulas Sociais
> Confira aqui o calendário da Campanha dos Bancários 2020.
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