O Banco Bradesco vem se destacando nacionalmente, à frente de outros bancos, pelo número de demissões e fechamento de agências em todo o Brasil, mesmo com a alta margem de lucro que a instituição apresenta.
Para se ter uma ideia, o Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,767 bilhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 7,1% na comparação trimestral e avanço de 34,5% em relação a igual período do ano passado, algo em torno de R$ 6,509 bilhões.
Paralelamente a isso, o banco acabou com 8.198 postos de trabalho no Brasil, nos últimos 12 meses. Neste mesmo período, foram fechadas 765 agências e 120 postos de atendimento.
Aqui na base do Sindicato dos Bancários de Mossoró e Região que abrange desde o vale do Assú até o Alto Oeste, as demissões não pararam, mesmo no período em que o banco comprometeu-se em não demitir por ocasião da pandemia, e os números já atingem quase 30 funcionários demitidos e uma agência fechada.
O Sindicato vem atuando fortemente para impedir a sanha do banco em colocar seus colaboradores na rua, especialmente pela via judicial, já que administrativamente pouco ou nada se pode fazer. Algumas demissões foram revertidas devido a irregularidades cometidas pelo banco no ato demissional.
Como forma de protesto, na última terça-feira, dia 23, em alguns estados os bancários deflagraram um Dia Nacional de Luta contra as milhares de demissões, fechamento de agências e prédios administrativos promovidos pelo Bradesco em 2021, mesmo diante dos altos lucros auferidos pela instituição num momento em que a sobrecarga de trabalho é uma realidade em muitos locais do banco.
Já na quinta-feira (25), foi realizada reunião virtual da COE (Comissão de Organização dos Empregados) Bradesco/CONTEC (Confederação Nacional dos Trabalhadores de Crédito) com o Banco Bradesco S/A, para tratar de assuntos de interesse da categoria.
Na oportunidade, o movimento sindical cobrou do banco esclarecimentos com relação às demissões e redução dos postos de trabalho, com a transformação de agências em Unidades de Negócio (UN) além do grande número de pedido de demissões.
O Banco esclareceu que devido à pandemia e ao avanço tecnológico, houve uma grande migração para os canais digitais e que o banco, como estratégia para manter pontos físicos, transformou as agências em Unidades de Negócios, o que ocasionou algumas demissões. Contudo, hoje essas demissões já estão dentro dos parâmetros.
A explicação não convence e nem consola os representantes sindicais que lutam pela empregabilidade e defesa de direitos dos bancários, particularmente num momento tão delicado da economia brasileira.
SINTEC Mossoró e Região