É o que mostra um novo estudo da fintech de soluções bancárias na nuvem Mambu e da The Financial Times Focus (FT Focus)
Por Naiara Bertão, Valor Investe — São Paulo
Mais de dois terços (71%) dos executivos de bancos da América Latina e 67% do mundo todo acreditam que irão perder participação de mercado dentro de dois anos se não investirem em digitalização.
O estudo Evolve or be extinct (“Evolua ou seja extinto“, em português) consultou mais de 500 executivos sêniores de bancos do mundo inteiro, inclusive do Brasil, para compreender suas percepções do setor bancário atualmente e para o futuro. Os resultados reforçam a urgência na modernização das ofertas dessas instituições.
Para 44% dos entrevistados da América Latina e 58% no mundo seus negócios podem acabar dentro dos próximos cinco ou dez anos a não ser que eles mudem radicalmente seus modelos de negócio.
Impactos da covid-19
Mais do que qualquer outra região no mundo, a América Latina utilizou a pandemia como um acelerador de mudanças permanentes. Outra oportunidade identificada foi o desenvolvimento de estratégias digitais e redefinição dos relacionamentos com os clientes por meio da inclusão financeira.
Em toda a região, 57% dos executivos veem o aumento da inclusão financeira como um dos maiores benefícios para a construção de um modelo bancário centrado no cliente por meio da transformação digital.
Oitenta e três por cento (83%) dos líderes do setor de bancos de varejo da América Latina e 81% dos respondentes mundiais concordam que substituir modelos mais conservadores por um propósito social progressivo é vital para suas estratégias de crescimento. Isso fica claro ao ver que termos como “lucro” e “aumento de ganhos” caiu na lista de prioridades dos bancos.
Progresso lento
O estudo destaca, porém, que as instituições financeiras estão ainda longe de chegar nos serviços realmente digitais. Menos da metade dos executivos entrevistados descreve as estratégias digitais dos seus bancos como “maduras” ou “avançadas”. Entre os entrevistados mundiais, 53% admitem estar correndo risco de perder as metas da transformação digital, índice um pouco menor entre latinos (45%).
“Está na hora de prestar atenção em quem lidera a corrida rumo a esta nova era. Estamos falando das fintechs, pequenos bancos de varejo recém-criados e outros players com abordagens inovadoras, que priorizam os serviços com propósito e experiências inéditas para seus clientes”, comenta Elliott Limb, diretor de comunicação da Mambu.
Segundo o diretor-geral da Mambu no Brasil, Sergio Costantini, embora os bancos de varejo tenham demorado para responder às mudanças no comportamento do consumidor provocadas pela pandemia, há um grupo de ‘evolucionistas digitais’ que contraria essa tendência. “Esses players podem ajudar quem está no final da fila da jornada digital a acelerar seu processo de transformação, principalmente devido ao alto índice de desbancarizados que ainda vemos no Brasil, indicando o caminho a seguir, além de comprovar o sucesso de uma abordagem centrada no cliente“, diz o executivo.
O futuro é das Big Techs
De acordo com 78% dos executivos da América Latina e 74% do mundo, gigantes da tecnologia como Amazon e Google serão os donos das maiores fatias de mercado do setor bancário em apenas cinco anos. O estudo conclui que esse é o momento ideal para os bancos fazerem investimentos significativos em suas ofertas digitais.
Fonte: Valor Investe