Com sete notificações a cada 100 mil vínculos empregatícios, a mortalidade no mercado de trabalho formal brasileiro registrou em 2022 a sua maior taxa em 10 anos. Foram 612.900 acidentes e 2.538 mortes registradas. Além disso, com alta de 22% sobre o ano anterior, os acidentes de trabalho registrados no Sistema Único de Saúde (SUS) atingiram o recorde de 392 mil.
Todos esses dados foram divulgados pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, a partir de laboratório (Iniciativa SmartLab de Trabalho Decente) coordenado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo escritório local da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A base das informações está nas comunicações de acidentes de trabalho (CAT) feitas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Durante o mês de abril, órgãos públicos e instituições engajadas nas questões relativas aos acidentes de trabalho aderem à campanha Abril Verde, uma forma de promover a conscientização sobre a importância da segurança e da saúde do trabalhador brasileiro. O mês de abril foi escolhido porque o dia 28 é dedicado à memória das vítimas de acidentes e de doenças do trabalho.
O objetivo da campanha é alertar a população de que acidentes de trabalho não ocorrem por acaso, mas por descaso. Três grandes tragédias recentes que se enquadram como acidentes de trabalho são exemplos: o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), o incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo no Rio de Janeiro (RJ), que provocou a morte de dez atletas, e o acidente de helicóptero que vitimou o jornalista Ricardo Boechat em São Paulo (SP). O papel das autoridades trabalhistas neste momento é fazer tudo o que for possível para mudar o cenário em que o acidente parece ser inerente ao trabalho.
O objetivo da mobilização é chamar a atenção sobre as vantagens de prevenir os acidentes de trabalho. No Brasil, a cada 49 segundos, são registrados acidentes laborais de acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho.
O momento nos faz refletir sobre a necessidade de proteger o ser humano, em especial, aqueles que, por conta da profissão, precisam estar na linha de frente, seja nos hospitais, seja em serviços essenciais, como supermercados, bancos, farmácias, redações de jornais etc.