O contingente de pessoas subutilizadas é recorde na série da Pnad Contínua, iniciada em 2012. O grupo reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego por motivos diversos.
O desemprego no país no período foi de 12,7%, em média. Foi a maior taxa de desemprego trimestral do país desde maio do ano passado (13,3%). O índice subiu em relação ao trimestre anterior (11,8%), mas caiu na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (13,7%).
Segundo o IBGE, o número de desempregados no Brasil nos três primeiros meses de 2019 foi de 13,4 milhões de pessoas. Em 14 das 27 unidades da federação, a taxa cresceu em relação ao trimestre anterior.
As maiores taxas foram:
Amapá (20,2%)
Bahia (18,3%)
Acre (18%)
As menores taxas foram:
Santa Catarina (7,2%)
Rio Grande do Sul (8%)
Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%)
“O que chama atenção é o perfil de dispersão generalizada da subutilização, que é recorde em todas as regiões”, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Além da taxa, é preciso observar a população subutilizada, que é recorde em 15 unidades da federação, cobrindo metade das regiões Norte e Nordeste e quase todo o Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE
Número de desalentados bate recorde
O número de pessoas que desistiram de procurar emprego também bateu recorde no primeiro trimestre. A chamada população desalentada chegou a 4,8 milhões. Desse total, 60,4% (2,9 milhões) estavam concentrados no Nordeste, de acordo com o IBGE.
Os maiores contingentes estavam na Bahia (768 mil pessoas) e no Maranhão (561 mil) e os menores, em Roraima (8 mil) e no Amapá (15 mil).
Mais mulheres desempregadas
Segundo a pesquisa, as mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar no Brasil (52,4%), mas também eram a maior parte (52,6%) da população desocupada. Enquanto o desemprego foi, em média, de 12,7% no país, entre as mulheres a taxa foi de 14,9%. Entre os homens, foi de 10,9%.
A situação dos jovens também é difícil. A taxa de desemprego entre os brasileiros com idade de 18 a 24 anos ficou em 27,3%, mais que o dobro da média nacional.
Taxa é maior entre pretos e pardos
A pesquisa mostrou ainda que, enquanto a taxa de desemprego dos que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional (12,7%), a dos pretos (16%) e a dos pardos (14,5%) ficaram acima.
No primeiro trimestre de 2019, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,2%) e pelos pretos (8,9%).
O uso do termo “preto” costuma ser criticado nas redes sociais como supostamente preconceituoso, mas é a terminologia oficial da pesquisa do IBGE. O grupo mais genérico de “negros” reúne as cores específicas, “preta” e “parda”, explica o IBGE.
Desemprego em 2018
O desemprego deu uma trégua no Brasil e fechou 2018 em queda, algo que não acontecia havia três anos. No ano passado, a taxa média de desocupação foi de 12,3%, queda de 0,4 ponto percentual em relação à de 2017 (12,7%).
Metodologia da pesquisa
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
Fonte: UOL