O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, disse que se aposentou pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) neste mês e afirmou que é um dos que contribuem para o déficit do sistema. Rial tem 58 anos de idade.
“Eu estou aposentado. Me aposentei, a partir de janeiro. Eu faço parte desse grupo que não ajuda [a reduzir] o déficit”, afirmou a jornalistas nesta quarta-feira (30).
Na terça-feira (29), o governo federal divulgou que o rombo da Previdência cresceu 3% em 2018 e atingiu o recorde de R$ 195,2 bilhões.
O déficit tem sido a principal justificativa para uma reforma da Previdência, da qual Rial é defensor.
Nesta quarta, o executivo afirmou que as novas regras para a aposentadoria, ao lado do ambiente mais benigno para investimentos, como juros baixos, devem contribuir para o crescimento sustentado do país nos próximos anos.
Pelas propostas em discussão no governo, a idade mínima para aposentadoria será obrigatória e homens só poderão receber o benefício a partir dos 65 anos de idade. As mulheres terão direito ao benefício com 62 ou 65 anos de idade.
A aposentadoria por tempo de contribuição deixaria de existir.
O benefício do INSS é garantido a todos os brasileiros que contribuem para o sistema.
Pelas regras atuais, homens trabalhadores do setor privado podem se aposentar após 35 anos de contribuição. As mulheres podem se aposentar após 30 anos de contribuição.
O teto do INSS é de R$ 5.839 neste ano, mas mesmo que Rial tenha contribuído sempre pelo valor máximo, o benefício pago pelo governo ao presidente do Santander deve ter sido reduzido pelo fator previdenciário, que pune aposentadorias precoces.
Segundo informações divulgadas pelo próprio Santander à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Rial recebeu R$ 30 milhões em remuneração em 2017, dado mais recente disponível.
O executivo concedeu entrevista para detalhar resultados do banco. O lucro da instituição saltou 25% em 12 meses e fechou 2018 em R$ 12,4 bilhões.