O Conselho Diretor da Caixa aprovou em setembro a criação do Banco Digital e o acordo operacional para a comercialização de produtos por
esse meio, entre eles cartões de crédito, crédito rotativo, operações de empréstimos. A
comercialização será realizada por empresa não financeira, joint venture constituída pela Money Ex
(51% do capital) e CaixaPar (49% do capital). Tal iniciativa conclui projeto cuja discussão se
iniciou na Caixa em maio de 2016. O investimento inicial será de R$ 270 milhões. Avaliação
econômico-financeira estima que o negócio valerá a seus sócios mais de R$ 660 milhões.
O acordo entre a Caixa e a joint venture tem prazo inicial de 10 anos, permitidas renovações indefinidamente.
Cancelamento antecipado impõe à Caixa, se for dela a iniciativa da rescisão, multa de duas vezes o
valor do investimento realizado. A remuneração da atividade à joint venture será definida conforme
produto comercializado. Money Ex Empregados que conhecem a operação, consultados a respeito,
avaliam que o Conselho Diretor aprovou, em verdade, a transferência de importantes segmentos de
negócios da Caixa a uma empresa com controle privado e, mais ainda, o controle do que vem se
caracterizando como principal meio de acesso do cliente ao banco. Fontes da Caixa informam que a
Money Ex foi escolhida por grupo de trabalho constituído pela presidência do banco e coordenado
pela própria CaixaPar. O projeto contaria ainda com um terceiro sócio privado, mas a busca foi
infrutífera.
A Money Ex tem entre seus sócios Guilherme Stocco Filho, ex-diretor do Banco Original. O Banco Original é controlado pela J&F Participações, holding que abriga a JBS, empresa do mercado de produtos de origem animal. O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles foi
presidente do conselho de administração da J&F, mantendo contrato de consultoria até ser indicado
por Michel Temer para o ministério em maio de 2016. Ofício
Fonte: APCEF/SP