Está agendada a primeira reunião de negociação da Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação (CEBNN/CONTEC) com a FENABAN para o próximo dia 28/06 (quinta-feira), às 14h, em São Paulo.
A reunião preparatória da CEBNN/CONTEC será realizada no mesmo dia, às 10h, no Sindicato dos Securitários de São Paulo.
CONTEC e Comando Nacional dos Bancários entregaram pauta aos bancos no dia 13/06 e cobram ultratividade
Categoria cobra aumento real, manutenção dos empregos e direitos previstos na Convenção Coletiva do Trabalho para todos.
Aumento real, PLR maior, defesa da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para todos, manutenção dos direitos, dos empregos e que qualquer tipo de alteração na forma de contratação seja feita via negociação coletiva. Essas são algumas da prioridades dos bancários, indicadas na pauta de reivindicações entregue pelo Comando Nacional da categoria à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quarta-feira (13). Também foram entregues as pautas dos acordos aditivos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Os trabalhadores cobram, ainda, o fim do assédio moral e fazem a defesa intransigente dos bancos públicos e da sua função social para o desenvolvimento do Brasil. A primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2018 foi marcada para 28 de junho.
Em 2016, após 31 dias de greve, bancários de instituições financeiras públicas e privadas de todo o Brasil conquistaram um acordo de dois anos, vigente até 31 de agosto deste ano. Assim, essa é a primeira campanha da categoria após o golpe que colocou na Presidência da República um governo que tem retirado direitos dos trabalhadores e de toda a sociedade. Antecipamos toda a preparação da campanha para que a categoria não tenha nenhum prejuízo, diante da mudança na lei trabalhista, do nosso ponto de vista bastante ruim para os trabalhadores.
Vamos cobrar dos bancos a assinatura de um pré-acordo de ultratividade, para que todos os direitos previstos na CCT continuem valendo até a assinatura de um novo acordo. Queremos garantir que tenhamos um processo negocial tranquilo.
A defesa do emprego, dos salários e dos direitos dos trabalhadores é função intrínseca do papel dos sindicatos, mas nesse momento ainda mais. Foi bastante importante fechar aquele acordo de dois anos, mas de lá para cá foram fechados cerca de 40 mil postos de trabalho nos bancos. O Brasil está vivendo uma fase preocupante. O país não cresce, mas o sistema financeiro tem lucros crescentes. Foram quase 34% nos lucros no ano passado, mais de 20% no primeiro trimestre deste ano. E isso só dos bancos representados nessa mesa (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander).
Valorização da CCT – É de grande importância a organização da categoria bancária. Na greve dos caminhoneiros vimos o caos que foi não ter quem fizesse essa representação, que falasse pela maioria. E isso tudo porque têm uma forma de contratação de autônomos. Mais uma mostra da importância de lutarmos para que nossa categoria tenha emprego de qualidade, não como PJ, terceirizado ou autônomo.
“Já assinamos 26 CCTs e esperamos que assinemos muitas mais. E que essa mesa tenha a sabedoria de fazer a renovação desse acordo via negociação. Este momento nos preocupa porque entendemos que a nossa democracia está fragilizada e isso é muito ruim principalmente para os trabalhadores”, disse a dirigente sindical, Juvandia Moreira.
“Queremos assinar um acordo coletivo que valha pra todo mundo, independente do salario. Discutimos muito na nossa conferência, também, a importância de manter a mesa única, com bancos públicos e privados. Assim, valorizamos nossa negociação na qual sempre conseguimos chegar a assinatura da CCT. E isso queremos: garantir todos os direitos para todos. E colocando na sociedade os bilhões de reais que ajudam a movimentar a economia nacional, via aumento real, PLR maior”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que participou da entrega da pauta de reivindicação.
Para o presidente da Fenaban, Murilo Portugal, a CCT dos bancários é um marco para o Brasil e toda a América Latina. “Concordo com vocês. Temos um processo de negociação nacional unificada muito amplo. É um processo complexo. E, infelizmente, as coisas que são difíceis de montar são fáceis de destruir. As regras são as mesmas para o Brasil e acho que isso é uma contribuição importante que o setor dá para reduzir a desigualdade que é tão grande no nosso Brasil, como disse a Ivone.”
Nossa pauta não é só corporativa. Queremos bancos melhores e o fortalecimento das empresas públicas pelo desenvolvimento do Brasil. Precisamos eleger candidatos que se comprometam com a revogação da ‘reforma’ trabalhista, com o direito à aposentadoria, com o fim da PEC da Morte, com a defesa dos bancos públicos e outras estatais como a Eletrobras e Petrobras.
E os bancários concordam: pesquisa realizada junto a mais de 35 mil empregados de bancos públicos e privados em todo o Brasil apontou que 73% dos bancários avaliam como péssima a reforma trabalhista (lei 13.467/2017) e 79% responderam que não votarão nos deputados e senadores que aprovaram a nova lei.
De acordo com essa consulta, 60% dos bancários estão dispostos a aderir a uma eventual paralisação, caso as negociações não avancem.
Fonte: com informações da Contraf