Vítimas e denunciantes de assédio sexual e moral envolvendo o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães divulgaram, nesta terça-feira (25), carta aberta em que classificam como “estarrecedora” a declaração de Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema. Em entrevista ao portal Metrópoles, ontem, o chefe do governo afirmou não ter visto “nada de contundente” nas denúncias.
As vítimas denunciaram convites impróprios em atividades profissionais e no interior da empresa, toques indesejados e outras formas de importunação. O assédio ocorria também em eventos, gabinetes, garagem e dentro de carros da Caixa. Guimarães caiu em 29 de junho.
Em postagem, a ex-presidenciável Simone Tebet (MDB) se pronunciou: “Absurdo! Não defende as vítimas, dá voz ao agressor e ainda relativiza as denúncias”.
Na carta, as mulheres manifestaram “revolta” e “indignação” à fala do mandatário. Segundo elas, é “estarrecedor que para o Mandatário da nação não sejam contundentes atos relatados e atribuídos ao presidente de uma instituição do porte da Caixa, que deveria ter instrumentos de controle e governança eficientes, consistentes em violações profundas aos corpos, às imagens e à intimidade de servidoras do órgão”.
Bolsonaro e o assediador Pedro Guimarães. "Não vi nenhum depoimento mais contundente" - Antônio Cruz/Agência Brasil
Na entrevista, Bolsonaro diz: “Agora, não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher. Vi depoimentos de mulheres que sugeriam que isso poderia ter acontecido. Está sendo investigado também”.
“Acima de tudo, é motivo de indignação e revolta que, ao minimizar a dor e o sofrimento já expressos em inúmeros depoimentos perante a Corregedoria da Caixa, o Ministério Público do Trabalho e, no âmbito criminal, o Ministério Público Federal, as vítimas tenham sua palavra posta em dúvida”, diz o documento.
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