A mudança ocorre num contexto em que “aumentaram as dúvidas sobre o futuro do arcabouço fiscal no Brasil”, na análise do banco, que faz referência à chamada PEC dos Precatórios, por meio da qual o governo pretende operacionalizar o drible no teto de gastos com o objetivo de bancar o Auxílio Brasil, programa social para substituir o Bolsa Família. A proposta fura-teto ainda precisa ser aprovada no Congresso, mas já gerou reação negativa no mercado.
“O aumento da incerteza fiscal implica em um risco-país mais alto, maior depreciação do real, piores perspectivas para a inflação e, em última instância, uma taxa de juros neutra mais alta. (…) Taxas de juros mais altas levarão a uma atividade econômica mais fraca, e agora vemos recuo moderado de 0,5% do PIB em 2022 (nossa projeção era de crescimento de 0,5% anteriormente)”
O Itaú elevou sua projeção para a Selic, a taxa básica de juros da economia. O cenário também fez o banco elevar suas projeções de inflação, agora projetada em 4,3%. Já o desemprego esperado é de 13,3% no fim de 2022.
A revisão ocorre em meio a uma piora mais ampla nas expectativas dos agentes do mercado. No primeiro boletim Focus divulgado pelo Banco Central após o governo ter sinalizado que pretende burlar o teto de gastos, a previsão indicada de crescimento passou a 1,4% em 2021, ante estimativa anterior de 1,5%. Já para 2022, a previsão passou a ser de 4,97% — era de 5,01% antes.
FACHADA DE AGÊNCIA DO ITAÚ NO RIO DE JANEIRO
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Fonte: Nexo Jornal