A suspensão da votação do PDL 342 no Senado, que susta os efeitos da CGPAR 23, escancarou mais uma vez o que o movimento sindical denuncia há tempos: a real intenção da CGPAR 23 é tornar as estatais mais atrativas para a privatização, cortando custos por meio do corte de direitos dos seus trabalhadores, inclusive o direito à saúde.
Ao defender a suspensão da votação, que estava na pauta do Senado na última quarta-feira 25, o líder do governo na casa, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), não se constrangeu minimamente ao expor o verdadeiro objetivo da CGPAR 23.
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“O parecer do Ministério da Economia é veementemente contrário ao projeto. Só para dar uma ideia, o impacto nas contas das empresas estatais é superior a mais de R$ 6 bilhões por ano, causando um impacto negativo na demonstração de resultado dos Correios, inviabilizando as atividades da instituição federal que está sendo alvo de debate do processo de privatização. É, portanto, uma matéria muito sensível. O ministro Paulo Guedes me fez um veemente apelo para que essa matéria pudesse maturar um pouco mais. O governo está à disposição para uma ampla reunião no Ministério da Economia a fim de tratar do assunto”, declarou o senador.
Para o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis, a fala do líder do governo deixa evidente a intenção de destruir os planos de saúde dos trabalhadores de empresas estatais.
“Querem acabar com os planos de saúde para diminuir o custo para os possíveis compradores, facilitando a privatização, a entrega do patrimônio do povo brasileiro e o fim dos nossos serviços públicos. Fica claro que a CGPAR 23 não tem qualquer relação com o equilíbrio financeiro das estatais e muito menos com a sustentabilidade dos planos de saúde. Muito pelo contrário. A ideia do governo Bolsonaro, de Paulo Guedes, é se livrar de tudo que é considerado despesa, nem que isso signifique inviabilizar o direito à saúde dos trabalhadores”
Dionísio Reis, diretor do Sindicato e empregado da Caixa