Pela primeira vez, Conferência Internacional do Trabalho foi aberta na quinta-feira (20), por videoconferência. A 109ª edição do encontro estava marcado para ser realizado em 2020, mas em função da pandemia acabou sendo adiada. Reunidas, as representações de todos os países do mundo debateram a atual situação dos trabalhadores e os reflexos e efeitos do novo coronavírus nas relações trabalhistas.
“Concluindo com êxito esta Conferência, a OIT dará um passo a mais pra a superação da pandemia de covid-19, que devastou o mundo do trabalho no último ano e meio”, declarou o diretor geral da organização, Guy Ryder. “E fazê-lo contribuirá de maneira crucial para construir o futuro da melhor maneira.”
A mensagem foi encaminhada ao embaixador Osmar Zniber, de Marrocos, eleito presidente da Conferência na sessão de abertura. Também foram escolhidos os três vices, representando os governos (Chad Blackman, Barbados), os empregadores (Ronnie Goldberd, Estados Unidos) e os trabalhadores (Annette Chipeleme, Zâmbia). A maioria das comissões iniciará atividades em 3 de junho, durante duas semanas e meia. O evento terá duas fases, em junho e em novembro/dezembro.
O destaque na abertura é a questão do desemprego que cresceu e afeta milhões de trabalhadores em todo o mundo. Ao longo do ano passado, foram 114 milhões de empregos a menos em relação ao ano anterior. Desse total, 81 milhões de pessoas deixaram de compor a força de trabalho, enquanto o desemprego aumentou em 33 milhões, chegando a um total estimado em 220 milhões, número equivalente a toda a população brasileira.
Mulheres e trabalhadores jovens estão entre os grupos mais atingidos. De acordo com a OIT, em 2020 se perdeu um total de 8,8% das horas trabalhadas, o que corresponde a 255 milhões de postos de trabalho com jornada integral.
A OIT calcula ainda que a renda do trabalho se reduziu, globalmente, em US$ 3,7 bilhões. Valor equivalente, acrescenta a entidade, em 4,4% do PIB mundial. Consequências: redução do consumo, aumento da desigualdade e da pobreza.
O governo brasileiro – cujas políticas seguem na lupa dos peritos da OIT – será representado pelo secretário especial de Previdência Social e do Trabalho (Ministério da Economia), Bruno Bianco Legal. O delegado dos empregadores é Vander Costa, presidente da Confederação nacional do Transporte. E o dos trabalhadores, Carlos Augusto Müller, da CTB.
Outro sentimento já verificado no início da 109ª Conferência Internacional da OIT é a situação delicada da Colômbia. O país deve ser incluído na Lista daquelas nações que atentam contra a liberdade sindical, tendo violado as convenções da OIT. A Colômbia deve ainda responder perante a Comissão de Aplicação de Normas, da OIT, de 03 a 19/06, em Genebra/ Suíça.
Fonte: Site da OIT