O Banco do Brasil teve lucro líquido ajustado de R$ 4,9 bilhões no 1º trimestre de 2021, um aumento de 44,7% em relação ao mesmo período do ano passado, e de 33% na comparação com o resultado do trimestre anterior (finalizado em dezembro de 2020). Segundo o banco, o resultado foi influenciado, principalmente, pela redução de 48,3% da PCLD (Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa) – o que o banco prevê para possíveis calotes –, pelo desempenho positivo da margem financeira bruta (MFB) que cresceu 4%, e pela redução em despesas administrativas.
Apesar do resultado positivo, mesmo em meio a uma crise econômica, o banco público fechou 4.881 postos de trabalho em 12 meses (de março de 2020 a março de 2021). O BB chegou ao final de março com 87.876 funcionários. Por outro lado, o número de clientes cresceu 3,7 milhões, totalizando 74,670 milhões de clientes em março de 2021. Houve também redução do número de agências, com fechamento de 279 unidades, totalizando 4.089 agências em março.
“Apesar da lucratividade, o banco reduziu o número de funcionários, agências e postos de atendimentos, gerando sobrecarga de trabalho e descontentamento interno dos trabalhadores com a cobrança de metas e condições de trabalho impostas pela pandemia. No discurso interno, o presidente do banco, Fausto Ribeiro, reconheceu o esforço dos funcionários, mas na prática eles não são valorizados. Não bastam palavras, o que a direção do banco tem de fazer é retribuir o esforço dos trabalhadores com medidas práticas. É preciso respeitar e dar dignidade ao funcionalismo”, destaca Getúlio Maciel, diretor do Seeb SP e bancário do BB.
Getúlio ressalta ainda que os cortes de postos de trabalho, em boa parte por conta dos programas de desligamento voluntário anunciados no início deste ano, deram-se em plena crise econômica e social causada pela pandemia. “Num momento em que o país passa por uma crise sanitária, com milhares de desempregados, o BB extingue empregos”, critica o dirigente.
Ele também salienta que a redução de funcionários (com as quase 5 mil vagas extintas) e, por outro lado, o grande aumento do número de clientes (foram 3,7 milhões a mais) resulta em maior sobrecarga e adoecimento dos funcionários.
A carteira de crédito ampliada (que inclui, além da carteira interna, TVM privados e garantias) teve crescimento de 4,5% em doze meses, totalizando R$ 758,3 bilhões. Em relação a dezembro, houve crescimento de 2,2%. Destaque para o crescimento do segmento Pessoa Física (+7,1%) e de Micro Pequenas e Médias Empresas (+26,1%), além do aumento de 6,4% do Agronegócio.
Na comparação com março de 2020, o crescimento de 7,1% da carteira PF pode ser explicado pelo crescimento da linha crédito consignado (+14,2%), cartão de crédito (+10,3%) e empréstimo pessoal (+10,1%). A carteira de crédito Pessoa Jurídica (PJ) alcançou o volume de R$ 287,1 bilhões (+5,2%), ultrapassando a de PF (R$ 234,0 bilhões). A carteira de crédito de Agronegócio chegou a R$ 198,5 bilhões, aumento de 6,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, com destaque para o Pronaf (+4,5%), custeio agropecuário (+21,1%) e para o investimento agropecuário (+39,0%).
Fonte: Seeb/SP