CONTEC, Contraf e COE Bradesco cobram reuniões para discutir demissões
Banco enviou comunicado informando que irá conceder um benefício adicional no desligamento sem justa causa
Ação desrespeita o compromisso firmado com o movimento sindical, em abril deste ano, de não desligar bancários durante a pandemia da Covid-19
Em comunicado encaminhado aos funcionários, nesta terça-feira (29/9), o Banco Bradesco anunciou que vai promover demissões sem justa causa com a concessão de benefícios.
A medida atinge todo o conglomerado e se justifica na crise ocasionada pela pandemia do novo coronavirus.
O “benefício”, apresentado pelo banco aos desligados, seria a manutenção por até 6 meses do plano de saúde e odontológico para ele e dependentes inscritos na data da comunicação, na mesma proporção de co-participação aplicada a funcionários ativos.
Porém, o Banco havia assumido compromisso de não demitir durante a pandemia.
A CONTEC, Contraf e a Comissão de Organização de Empresa (COE) do Bradesco cobram uma reunião com o banco para debater o comunicado enviado nesta segunda-feira (28) aos funcionários. Na tarde desta terça-feira (29), a COE Bradesco se reuniu, por videoconferência, para discutir o assunto.
O texto do documento informa que o banco irá conceder um benefício adicional no desligamento sem justa causa por conta da pandemia de coronavírus (Covid-19). “No texto parece que eles são muito bonzinhos. Mas, eles ignoraram o fato de terem lucrado mais de R$ 7 bilhões neste ano. E, ainda pior, desrespeita o compromisso firmado com o movimento sindical, em abril deste ano, de não desligar bancários durante a pandemia de Covid-19. Nosso compromisso é com a garantia de empregos de todos os bancários”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da COE.
Além das demissões serem sem justa causa, há casos de funcionários com histórico de adoecimento causado pelo trabalho no banco. “É uma total falta de sensibilidade e de responsabilidade social com os trabalhadores, que foram verdadeiros heróis com sua atuação em plena pandemia”, disse. “Esperamos que o banco nos atenda o quanto antes para discutirmos a suspensão dos desligamentos”, finalizou Magaly.