De reajuste zero, os trabalhadores de bancos arrancam para 2020 aumento de 1,5% para salários, com abono de R$ 2 mil. E ainda a reposição da inflação (estimada em 2,74% no período) para demais verbas, como vales alimentação e refeição e auxílio-creche/babá. Caso a proposta seja aprovada em assembleia a ser realizada virtualmente a partir deste domingo 30, o abono será pago até o final de setembro.
Para 2021, o acordo, caso aprovado, garante para todos a reposição do INPC acumulado no período (1º de setembro de 2020 a 31 de agosto de 2021) e aumento real de 0,5% para salários e demais verbas como vale-alimentção e vale-refeição, assim como para os valores fixos e tetos da PLR.
A proposta prevê ainda a manutenção de todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho e dos acordos específicos de bancos públicos por dois anos, o que dará segurança para a categoria em meio a um cenário de retirada de direitos dos trabalhadores.
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Governo Bolsonaro, Correios e Petrobras
Além da situação adversa imposta pela pandemia do coronavírus, o país vive sob um governo contrário aos direitos dos trabalhadores e favorável à privatização das empresas públicas.
Em dois exemplos recentes das dificuldades geradas pela situação atual, a greve nos Correios, que já dura 13 dias, não resultou em acordo entre funcionários e empresa, e será decidida no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O vice-presidente do TST apresentou uma proposta de renovação das 79 cláusulas vigentes no acordo coletivo, sem reajustes nas cláusulas econômicas. A proposta chegou a ser aceita pelos empregados, mas os Correios só aceitaram a manutenção de nove das cláusulas. Agora o resultado da greve será decidido pelo TST.
Na campanha salarial dos petroleiros, a Petrobras propôs um acordo que prevê congelamento dos salários este ano e reposição da inflação em setembro de 2021.
Cerca de 80% dos acordos trabalhistas fechados em agosto ficaram abaixo do INPC.
“A mobilização da categoria bancária nas redes sociais foi fundamental para reverter a retirada de direitos que os bancos insistiam em impor e resultou em uma proposta com reajuste salarial e abono em 2020, aumento real em 2021 e a manutenção de todos os direitos clausulados na Convenção Coletiva de Trabalho e nos acordos específicos dos bancos públicos. Por isso o Sindicato orienta a aceitação da proposta”, afirma Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban (federação dos bancos).
Fonte: Seeb/SP