Pela nova regra, quem tem limite de até R$ 500 ficará isento da cobrança. Acima desse valor, será cobrado uma tarifa mensal de 0,25%.
Você fez as contas e percebeu que o salário do mês não vai ser suficiente para todas as despesas. Para pagar tudo em dia, a opção é recorrer àquele “limite extra” disponível na conta corrente: o cheque especial. Já aconteceu com você? Pois saiba que a partir de agora os bancos poderão cobrar uma tarifa mensal para que essa função esteja liberada, ainda que você não utilize esse dinheiro todos os meses. As novas regras entram em vigor no dia 6 de janeiro.
Pela nova norma, o consumidor que tem limite de até R$ 500 ficará isento da cobrança. Acima desse valor, será cobrado uma tarifa mensal de 0,25%. Para além da tarifa, o Banco Central também determinou que as taxas de juros não ultrapassem 8% ao mês.
De acordo com os técnicos do Banco Central, hoje os juros médios do crédito especial são de 306% ao ano. Ao mês, o percentual fica por volta de 12%. Entretanto, a nova taxa ainda é considerada alta por especialistas. Por isso, mais do que nunca, a dica é: fuja do cheque especial.
“Na virada de ano, férias, verão, é muito tentador fazer uso do cheque especial. O melhor é desabilitar essa função, 8% de taxa de juros ainda é muito alto. Não existe um investimento que dê isso de forma líquida. O cheque especial só é um excelente negócio para os bancos”, afirma o economista Antônio Marcus Machado.
O planejador financeiro Renan Lima concorda e diz que o ideal é ter uma reserva de emergência. Além disso, quem não tem o costume de utilizar o cheque especial não deve pagar tarifa para manter o serviço disponível na conta.
“Muitas vezes, o cheque especial funciona como uma reserva de emergência. O banco deixa aquele dinheiro lá como uma tentação para você gastar. O ideal é desabilitar. Se não tiver jeito, se você não tem uma reserva e precisar recorrer ao limite do banco, tem que tentar se manter dentro dos R$ 500, porque 0,25% é um valor considerável dentro do contexto de taxas atuais. É revisar o orçamento, porque se você está usando o cheque especial é por que está gastando mais do que tem”, avalia.
Em um mundo onde as fintechs (startups que trabalham para inovar serviços financeiros) têm ganhado cada vez mais espaço, ter uma conta digital pode ser uma boa alternativa para fazer a sua reserva de emergência. Para os que ainda preferem opções mais tradicionais, o Certificado de Depósito Bancário (CDB) também são uma opção.
“Hoje já existem contas que rendem, que podem ser sua reserva de emergência e que você pode resgatar o dinheiro quando precisar. No caso dos bancos tradicionais, em geral temos os fundos e CDB, que permitem resgate automático. Deixa um dinheiro aplicado lá e se faltar em determinado mês, você vai lá e resgata”, sugere Lima.
Fonte: Folha Vitória