Diretores irão visitar agências para apurar – denúncias são graves
O Sindicato dos Bancários de Mossoró e Região recebeu denúncias e reclamações de alguns funcionários das agências do Banco Itaú, localizadas no município de Mossoró, sobre cobrança excessiva de metas e assédio moral por parte de seus superiores hierárquicos.
Dentre os fatos elencados, destaca-se o fato de pedidos de demissão pelos funcionários(as) ou demissões pelo próprio banco, especialmente com relação àqueles que apresentaram laudos médicos atestando a gravidade do ambiente insalubre.
Quase o total dos funcionários demitidos ou que pediram pra sair nos últimos 2 anos faziam uso de medicações fortes para controle emocional, em virtude da pressão do banco para a consecução das metas. Alguns apresentaram atestados médicos para afastamento, porém, outros nunca pediram licença médica, pois tinham receio de retaliações e permaneciam trabalhando com sintomas de Síndrome do Pânico, de Burnout e outras não especificadas.
Segundo as denúncias, alguns gerentes recebem, dos superintendentes regionais, diretrizes inalcançáveis para o batimento de metas exorbitantes, mesmo que o desejo e a necessidade do cliente fique em segundo plano.
A venda casada, sabidamente considerado um procedimento ilegal, insere-se nesse contexto como prática comum, alinhando abertura de conta com a “obrigatoriedade” de contratação de produtos imposta ao cliente.
As reclamações prosseguem, os funcionários LTS ( líder de tesouraria ) são penalizados por fatores externos como caixas eletrônicos que ficam indisponíveis por problemas sistêmicos, por exemplo. Além disso, os LTS têm metas e precisam exercer funções diversas, o que gera risco pois dentre as atribuições precisam atuar na VAI (ligação para clientes), autorizar operações na bateria de caixa, cuidar dos caixas eletrônicos e observar fila, para dizer o mínimo.
Outra reclamação diz respeito ao uso de aparelhos celulares dos próprios funcionários para contatar clientes e vender produtos: “A pressão é tão grande que a gente se obriga a usá-lo”, relata um funcionário que teme se identificar.
Alguns colaboradores chegam a comprar chip pré-pago para não usarem seus números e poderem contatar os cliente via WhatsApp.
Conforme os relatos, os ANC’s das agências realizam tais práticas, sob o conhecimento dos gestores, principalmente para renegociação, deixando-os vulneráveis aos riscos que envolvem acesso externo a dados de clientes, descumprimento da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, clonagens e outros diversos tipos de risco.
O Sindicato iniciará uma apuração meticulosa e imediata com o objetivo de fazer cessar as práticas abusivas a que estão submetidas funcionárias e funcionários daquele banco.
SINTEC Mossoró e Região