Ontem, dia 2/8, com início às 19 h., o Sindicato dos Bancários de Mossoró e Região realizou Assembleia com seus associados, para discutir o andamento das negociações.
O Coordenador Geral do Sindicato, Alfredo Neto, iniciou os trabalhos, fazendo uma explanação geral de como estão se processando as reuniões negociatórias. O dirigente sindical, que inclusive já esteve em Brasília para participar da Reunião de negociação da Caixa do dia 18/07, demonstrou muita preocupação com a participação dos colegas bancários nas movimentações que antecedem à apresentação da proposta global dos bancos que está prometida para o dia 7/8 próximo.
Houve uma boa interação com os presentes, e todos que se manifestaram, deixaram claro a necessidade de uma maior participação dos bancários, sob pena de perda irreparável dos direitos.
O Coordenador de Finanças do Sindicato, Anchieta Medeiros, fez uma retrospectiva das campanhas salariais passadas e disse da necessidade de termos muita firmeza quando chegar o momento da paralisação, se for necessário.
A comissão da FENABAN, que prometera apresentar uma proposta global até ontem, escusou-se e adiou a apresentação da proposta para o próximo dia 07/08 (terça-feira), a partir das 10 horas. Disse ainda que os temas objetos da Pauta de Reivindicações são conhecidos por todos e alertou sobre a intenção de propor uma alternativa para trabalho em local diferente da empresa empregadora (Teletrabalho).
O diretor Diógenes Neto, Coordenador de Imprensa e Comunicação do Sindicato disse que os bancos estão “enrolando” e que todos os dados indicam a excelente saúde financeira dos bancos e foram apresentados na mesa de negociação para reforçar que o setor deve muito aos seus funcionários.
O que ganham com receita de prestação de serviços e tarifas continua em elevação: juntos, os maiores bancos acumularam o montante de R$ 32,4 bilhões nos primeiros três meses do ano, crescimento de 6,9% em doze meses. Somente essa receita, cobriria quase 140% do total dispendido em despesa de pessoal, que inclui salários, encargos, benefícios, PLR, treinamentos, provisões trabalhistas etc. Ou seja, pagam todos os funcionários com o que ganham com tarifas e ainda sobra.
Mesmo assim, demitem. No primeiro trimestre deste ano, houve queda de 13.564 postos de trabalho comparado ao mesmo período de 2017. Desde 2016 já foram extintos mais de 40 mil empregos no setor.
Esses cortes, tão nocivos à sociedade brasileira, ajudam a compor os gigantescos lucros dos bancos. Isso porque, quando contratam pagam menos do que recebiam os dispensados. Assim, enquanto o ganho real conquistado pela categoria entre 2003 e 2016 chegou a 19,1%, nos dados da Rais (do Ministério do Trabalho), o aumento real observado foi de apenas 10,9% no mesmo período. É a taxa de rotatividade: de acordo com dados do Caged, no primeiro semestre de 2018 a diferença de remuneração entre os admitidos e desligados foi de 36%.
Dessa maneira, a massa salarial do setor em 2017 caiu 2% em relação ao que era em 2012.
Se economizam com os bancários que estão na linha de frente nas agências e departamentos, o mesmo não se dá com os executivos. No Itaú, um diretor chega a ganhar quase 250 vezes mais que um escriturário. No Bradesco, 121 vezes mais; no Santander, 105.
Por fim, todos concordaram que os bancos não podem mais “furar” o compromisso de apresentar sua resposta, e que no dia 8 os trabalhadores estarão reunidos em assembleia para avaliar a proposta completa.
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