Faltam menos de seis meses para o prazo se esgotar, e a estimativa não está nem próxima de ser cumprida. Entre novembro de 2017 e abril de 2019, segundo dados do Caged, o saldo positivo no número de vagas com carteira assinada foi de apenas 511.941. Ou seja, o mercado de trabalho brasileiro ganhou meio milhão de novas vagas. Como em 2017 e 2018 o PIB do país voltou a crescer, ainda que muito pouco, depois de dois anos de retração econômica, era de se esperar que o número de contratados aumentasse no período, com ou sem reforma trabalhista.
A reforma teve outros efeitos, é claro. Um deles, positivo, foi a redução nas ações trabalhistas, algo com potencial para desafogar a Justiça do Trabalho. O outro, negativo, foi o de aleijar os sindicatos de trabalhadores. A receita total dos sindicatos brasileiros despencou de 2,2 bilhões de reais, em 2017, para meros 208 milhões de reais, em 2018. Pode-se argumentar que havia muita ineficiência e peleguismo no setor sindical e que as boas agremiações vão sobreviver. Em um primeiro momento, porém, o que se vê são algumas grandes empresas tentando se aproveitar do momento de fraqueza dos sindicatos.
Não há dúvidas de que uma reforma da Previdência é necessária. Mas os planos do governo para fazer o país crescer e para gerar empregos precisam ir além disso.
Fonte: UOL