O maior ganho financeiro foi do Banco do Brasil, que somou R$ 31,82 bilhões em 2022
POR HAMILTON FERRARI
Os principais bancos lucraram R$ 96,2 bilhões em 2022. O valor corresponde a uma alta nominal de 6,3% em relação ao ano anterior, quando somou R$ 90,5 bilhões.
O levantamento do Poder360 considerou o lucro líquido recorrente das 4 principais instituições financeiras listadas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo): Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander Brasil.
O banco estatal foi o que registrou o maior ganho financeiro em 2022. Somou R$ 31,82 bilhões, o que representa um crescimento de 51,3% em relação a 2021. Em 2º lugar está o Itaú, com R$ 30,79 bilhões, com uma alta de 14,5%.
Os outros 2 bancos registram queda no lucro líquido, ambos com os mesmos percentuais de -21,1%.
Os ganhos financeiros dos 4 bancos tiveram a menor alta em 2 anos. Em 2020, o lucro líquido consolidado das empresas caiu 24,5%. O setor aumentou o volume das provisões na época para se proteger do período incerto da pandemia de covid-19.
4º TRIMESTRE DE 2022
O lucro dos 4 bancos no 4º trimestre de 2022 somou R$ 19,99 bilhões, o que representa uma queda de 15,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando somou R$ 23,58 bilhões.
Os resultados financeiros do Bradesco (-75,9%) e Santander (-56,5%) impulsionaram o desempenho negativo. Tiveram lucros de R$ 1,60 bilhão e R$ 1,69 bilhão, respectivamente. O ganho financeiro do Itaú subiu 7,1%, aos R$ 7,79 bilhões. Já o Banco do Brasil registrou alta de 52,4%, somando R$ 9,04 bilhões.
A piora no balanço financeiro do Bradesco foi puxada pelas dívidas da Americanas. O banco é um dos credores da companhia, que está em recuperação judicial. Por causa das inconsistências contábeis da varejista, o Bradesco aumentou em R$ 4,85 bilhões as despesas com PDD (provisões para devedores duvidosos). É uma espécie de reserva para casos de calote.
Já o PDD do Santander Brasil subiu 18,6% em comparação com o 3º trimestre e 99,4% em relação a 1 ano atrás. Somou R$ 7,364 bilhões em dezembro de 2022.
Além do efeito Americanas, os bancos também se preparam para a maior inadimplência com as tomadas de crédito. Por causa dos atrasos, os bancos ampliaram as provisões.
Fonte: Poder360