

Bancos propõem acordo de reajuste zero por dois anos
Para esse ano, proposta é abono de R$ 1.656,22; na PLR, mantiveram proposta de redução.
- Negociação foi suspensa e continua nesta quarta-feira (26)
- Categoria faz assembleias na quinta-feira (27) e sexta-feira (28)
- Redução de 0,2% na PLR implica em R$ 500 a menos
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) quer que os bancários fiquem sem reajuste nos salários por dois anos. Propuseram um abono de R$ 1.656,22 para este ano e de R$ 2.232, 75 para 2021. Retornaram com a figura do abono salarial, que não repõem metade da inflação do período. Pioraram ainda mais a proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O Comando rejeitou a nova proposta na mesa e vai se basear na resposta que a categoria dará nas assembleias para definir as próximas ações.
A reunião desta terça-feira (25) foi a 11ª das negociações da Campanha Nacional deste ano. As desvantagens são várias com o abono. Primeiro que a quantia representa apenas metade da inflação no salário médio do bancário. Depois, que o valor do abono não incide sobre décimo terceiro salário, férias, previdência. A única incidência será o desconto no Imposto de Renda e do valor do abono, pouco sobrará para @s bancári@s.
Os bancários se arriscaram muito este ano para receber uma proposta de retirada de direitos. Os bancos continuam querendo mudar a regra da PLR e ontem inventaram mais uma proposta que é pior que todas as outras. Propor abono sem índice é impor uma perda nos salários dos bancários muito grande. Não há possibilidade de acordo de dois anos com abono. Ninguém sabe qual será a inflação do ano que vem. A Fenaban também recuou na redução da gratificação de função, que volta a 55%.
PLR
Na proposta de PLR feita nesta terça-feira pelos bancos, apesar de terem retornado alguns valores fixos aos patamares atuais, os bancos mantiveram a redução do percentual da parcela adicional e a redução do acelerador da regra básica. Além disso, trouxeram uma questão nova que não havia surgido nas outras propostas: uma limitação do valor que os bancos poderão gastar com PLR ao mesmo percentual distribuído em 2019. Como em 2019, os lucros dos bancos bateram recordes, os percentuais deste lucro distribuídos foram pequenos.
Agora os bancos querem replicar esses percentuais pequenos, mas em cima de um lucro inferior, o que irá piorar ainda mais o valor que os bancários receberiam este ano.
Na primeira proposta da Fenaban, no dia 14, os 3 maiores bancos privados distribuiriam em média 6,8% de seus lucros líquidos.
Na segunda proposta, no sábado (22), esse percentual aumentaria para 6,9%.
Já na proposta desta terça-feira (25), em função da inclusão do limitador o percentual distribuído seria de 6,2%, que foi o patamar de 2019. Veja as diferenças para o salário médio da categoria:
