O Banco do Brasil e o UBS assinaram ontem memorando de entendimento para uma parceria nas áreas de banco de investimento e corretora de valores na América do Sul, apurou o Estadão/Broadcast. Na mira do projeto, que está sendo costurado desde 2018, estão os mercados do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai.
O objetivo, conforme fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é combinar a base de relacionamento do BB com as estruturas globais do UBS.
A intenção é que o sócio suíço seja acionista majoritário, com 50,01% do negócio, que reunirá os ativos de ambos os bancos, conforme termos e condições a serem definidos em acordo de associação, ainda em discussão. Números, contudo, ainda não foram divulgados.
“BB e UBS entendem que a formação de parceria estratégica de longo prazo criaria, na região, uma plataforma relevante de banco de investimentos com cobertura global, que se beneficiaria dos pontos fortes complementares do BB e do UBS”, destacou o BB, em fato relevante assinado pelo vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo.
De acordo com o documento, o estabelecimento efetivo da parceria depende da finalização das negociações, da formalização de eventuais instrumentos vinculantes e de aprovações internas e de todos os órgãos competentes.
Longa negociação
O negócio entre BB e UBS começou a ser costurado ainda na gestão passada do banco público, mas foi interrompido em meio às eleições presidenciais de 2018. Na ocasião, outros bancos de investimento estrangeiros também foram procurados.
O executivo Rubem Novaes, escolhido pelo ministro da economia, Paulo Guedes, para comandar o BB no governo de Jair Bolsonaro, acelerou as conversas com o UBS. O namoro com o banco suíço, porém, teve início há cerca de uma década.
Neste momento, BB e UBS negociam os detalhes da parceria. Dentre os assuntos na pauta, estaria, conforme revelou a Coluna do Broadcast, a composição do quadro de funcionários da empresa a ser criada. Uma possibilidade é o UBS poder escolher colaboradores do BB para a joint venture.
Como o suíço será majoritário e definirá a política de cargos para toda a equipe, os salários tendem a ser maiores que os pagos pelo banco público, o que tem gerado uma grande expectativa nos funcionários do BB.
Fonte: Estadão