Bancários reforçam unidade e mobilização ao votarem por unanimidade contra proposta que cobrem apenas a inflação, atacam direitos e não atendem as reivindicações da categoria.
Reunidos em assembleia na noite desta quarta-feira, dia 8/8, os bancários de Mossoró e Região deliberaram pela rejeição, por unanimidade, da proposta oferecida pela Fenaban em mesa de negociação realizada dia 7/8. Os bancários aprovaram ainda a participação da categoria no Dia do Basta, promovido pelas centrais sindicais, contra os desmandos do governo golpista de Temer, que acontece na sexta, 10 de agosto. A categoria rejeitou ainda as propostas oferecidas pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
A proposta oferecida pela Fenaban cobria apenas a inflação nos salários, PLR, vales e demais verbas econômicas, sem aumento real. Também não garantiu que os bancários não serão substituídos por trabalhadores contratados de forma precarizada, a exemplo da terceirização. A próxima rodada de negociação ficou agendada para o dia 17 de agosto (sexta-feira).
Além de não querer dar aumento real, os bancos já disseram que vão retirar a cláusula da CCT que possibilita o abono ou compensação dos dias parados de greve.
A categoria bancária deu um enfático não para a proposta apresentada pela Fenaban, que apenas cobre a inflação medida pelo INPC para salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR, auxílio-creche/babá. Em assembleia lotada realizada na quarta-feira 8, trabalhadores de bancos privados e públicos rejeitaram a proposta da Fenaban por unanimidade.
Mesmo em meio a uma das maiores crises econômicas já atravessadas pelo país, que resulta em mais de 12 milhões de desempregados, os bancos seguem registrando recordes de lucros e promovendo demissões. Por isso, essa proposta que não garante os empregos dos trabalhadores, não oferece nem um centavo de aumento real e não dá resposta a outras reivindicações é inaceitável.
O que a Fenaban apresentou na última rodada de negociação, na terça-feira 7, tampouco contempla reivindicações importantes, como a não substituição de bancários por terceirizados, a não adoção das novas formas de contratação previstas na reforma trabalhista e o combate às metas abusivas que adoecem grande número de trabalhadores.
“Esperamos que nessa próxima negociação, a Fenaban e os bancos públicos apresentem proposta que respeite o esforço da categoria bancária”, afirma Assis Neto, coordenador geral do Sindicato.
A próxima mesa com a Fenaban será no dia 17.
Dia do Basta
A assembleia também decidiu pela participação da categoria nos atos e paralisações da sexta-feira 10 de agosto, o Dia do Basta, convocado pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais, contra os retrocessos do governo Temer, como a reforma trabalhista, o aumento dos combustíveis, a entrega do patrimônio nacional e o desmonte das empresas públicas, o desemprego, crescimento da miséria e cortes nas verbas da saúde e educação.
Além de participarem dos ato públicos que acontecerão na cidade, os bancários decidiram ainda:
Retardamento da abertura em 1 hora
Numa forma de mostrar aos bancos que estão disposto à luta, caso suas reivindicações não sejam atendidas, os trabalhadores resolveram iniciar suas atividades apenas a partir das 11 h., retardando o funcionamento das agências em 1 hora de expediente.
Todos os presentes aprovaram a paralisação parcial. A abertura das agências e dos departamentos bancários será retardada em protesto contra os ataques aos direitos dos trabalhadores e contra o desemprego e a retirada de direitos.
“OPERAÇÃO TARTARUGA”
Durante todo o dia 10, os funcionários não procederão operações de crédito, venda de produtos, e demais situações que possam ser adiadas. Aproveitarão para dialogar com a população, explicando os motivos da Campanha, mostrando a grandiosidade dos lucros dos bancos e a má vontade em negociar com seus empregados.